No Alentejo, cada vila é um capítulo e cada pedra, uma nota de rodapé da História de Portugal. É uma terra onde o passado não se perdeu — apenas repousa sob o sol, à espera de quem saiba descobrir. Ali, onde hoje lavram os tratores e murmuram os sobreiros, ecoaram outrora os passos das legiões romanas. Em Pax Julia, a que hoje chamamos Beja, o imperador Augusto selou tratados com povos lusitanos e fincou as bases da presença romana na região. As estradas, os aquedutos e até (...)
Ah, sim senhor, a praia de Messejana, essa maravilha da imaginação popular alentejana! Claro que Messejana, vila bem no coração do Baixo Alentejo (concelho de Aljustrel), está longe do mar quanto baste. Mas há muito quem brinque com a ideia de que lá existiu — ou devia existir — uma praia, com mar e tudo, talvez para consolar os alentejanos em dias de calor infernal em que até as cigarras pedem água. A "história" da praia de Messejana é um daqueles belos exemplos de (...)
A Batalha de Ourique é daquelas histórias épicas de que todos os portugueses ouviram falar, mas cuja localização exata continua a ser um mistério. Diz-se que, a 25 de julho de 1139, D. Afonso Henriques enfrentou e venceu cinco reis mouros, tornando-se assim o primeiro rei de Portugal. Até aqui, tudo bem. O problema é que ninguém sabe ao certo onde aconteceu esta célebre batalha. Se formos pela versão oficial, a batalha deu-se "em Ourique", o que parece uma informação (...)
No Alentejo, onde o tempo parece descansar e o calor adormece nos muros caiados, vivem mulheres que carregam a alma da terra no corpo e no olhar. São mulheres que sempre souberam mais do que diziam, que sentiram mais do que mostraram, e que fizeram muito mais do que alguma vez lhes foi reconhecido. As mulheres alentejanas do passado eram de ferro moldado no forno do sol. Madrugavam com os galos e deitavam-se com as estrelas. Lavavam roupa nos ribeiros, com as mãos encardidas pelo frio e (...)
MICHEL GIACOMETTI NA ALDEIA DE PEROGUARDA - - Crónica de uma paixão - - Era uma vez um homem que trocou a Córsega pelo pó das estradas portuguesas. Chamava-se Michel Giacometti, um nome estrangeiro, um sotaque que não escondia o forasteiro, mas um coração que batia em uníssono com as vozes mais esquecidas do país. Veio para Portugal nos anos 50, com a missão pessoal de recolher aquilo que muitos não ousavam valorizar: a cultura popular. A verdadeira. Aquela que não se aprende (...)
Caros leitores, preparem-se para conhecer o mais revolucionário Aeroporto do Século XXI! O Aeroporto de Beja, esse prodígio da engenharia, esse colosso do progresso, essa joia da aviação internacional... que não tem voos comerciais. Isso mesmo, um aeroporto sem aviões de passageiros! Mas, atenção, não se deixem enganar pela ausência de aviões a descolar. O Aeroporto de Beja não é apenas uma pista e um terminal abandonado – é, acima de tudo, um monumento nacional à arte (...)